quinta-feira, 22 de abril de 2010

thousand ways of talking



Mãe: "Tá tudo alagado. Estamos saindo de casa."
Eu: "..."
Eu: "E os livros?"

E foi por aí que se desenrolou nossa conversa; eu lá, eles cá. Sei que tô meio atrasada na notícia pros daqui - apesar de tantos já saberem-, mas como ando atrasada em tantas outras, vá lá. Eu conto porque não dói. É triste, estranho...mas não dolorido. Porque a minha família é fora de série, sempre me surpreendo com suas capacidades de serem tranquilos e encarar tudo com a calma de quem olha o pôr-do-sol. Minha tensão vai pras cucuias e eu me rendo ao sorriso em meio ao caos. Eu sei, eu sei...sei que é o Senhor. Conto e repito, porque as coisas mudaram. E mudanças são mudanças, preciso redundar a significância [eu escrevo aqui, ou ali, pra não esquecer. Porque eu esqueço, mesmo. Esquecer não é legal, as pessoas te cobram. E nem todo mundo tem a paciência que o meu digníssimo tem de lembrar o que esqueci no segundo passado, repetidamente (thanks, sweet, te amo)]. Mudar de ótica é necessário pra reinventar a vida, a ferida, a lida, a saída...

Domingo é aniversário da Thaís, minha hommie. Dei-me conta de que quase nuca falo dela, e ela sempre merece. Tenho disso do descuido. Que feio. Mas ela sabe. Sabe que eu adoro o jeitinho dela de acordar e dar bom dia. Do seu talento culinário pra preparar o miojo e a lasanha mal cozida. Do retardo mental partilhado, risadas, conselhos e o gingado. Ela é linda e cuida. Me incentivou à depilação e ao romance. Me viciou em chocolate e, inexplicávelmente, tornou-me três vezes mais desastrada. Acho super divertido a despreocupação dela de andar em casa sem roupa, com a porta da área aberta (não sei se podia, contei). Beijo na ponta do nariz de batata da mister mula. Bonita, elegante e estúpida. Parceira do meu casamento branco. Amo.

Obrigada às pessoas que lêem o blog, mas que não seguem nem comentam e vem me contar. Obrigada por gostarem e me dizer e por não gostarem e me dizer.
Eu vou escrevendo quando dá e quando não. Fiquem sempre, por favor.

Vou fazer uma tatuagem, logo.

Carinho, sorriso e olhem o pôr-do-sol.


Wal.