segunda-feira, 11 de abril de 2011

ainda não passou, mas vai passar.

O subjetivo impera em quase todas as partes do processo. A inteligência emocional toma o lugar de todos os sentidos humanos conhecidos e nos torna dementes, doentes, dependentes... O apogeu da afetividade faz-nos sentir seres elevados, agraciados, onde nada, nem ninguém é capaz de compreender tamanha devoção. Tal entrega, dá a sensação de imortalidade, super-heroísmo, obra-prima. É riso, canto, louvação. É brilho, paz e eternidade! Até que...tudo desmorona. E não há nada escrito que comprove a promessa secreta que fizeram um ao outro. Não tem choro que convença. Não tem foto que mistifique. Não há relógio que manipule o tempo. É um desmembramento forçado e radical. Dói uma dor entranhada de gosto amargo na boca e nó na garganta que não se move, só se desfaz em pranto. Dá vontade de rasgar o peito e deixar sair essa coisa estranha e sem forma que se alojou. Dá vontade de matar quem esqueceu de contar que ia ser horrível. Dá vontade de se jogar do precipício só pra ver o que acontece. E a impossibilidade de tudo isso rompe ainda mais em dor. Deveria haver um contrato. Tudo objetivo, claro e organizado. Cláusula primeira: Fica acordado que ambas as partes prometem cuidar da felicidade um do outro; felicidade essa sem fim ou pausa. Cláusula segunda: É proibido o ciúme, a insegurança e a não-resolução. Parágrafo único: É vetada a promoção do sofrimento, de qualquer natureza, gênero ou grau e em qualquer momento. Concordemos, tudo seria mais fácil. Por favor, quando esse mundo existir, retirem a palavra "saudade" do dicionário. Até lá, eu dou um jeito de me recompor. Afinal, o que me resta sou eu. E assino em baixo.

4 comentários:

  1. Wah, acho q o referido "contrato" é justamente a idéia do casamento: a tentativa de garantir seu propósito em fazer o outro feliz.
    Até lá, temos q nos contentar com o risco. Qndo não dá certo, é preciso ter calma pra deixar q o tempo coloque as coisas no lugar...

    Adorei o texto. Vc continua ótima!

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  2. Parece feitiço, mau agouro ou sei lá. A felicidade, às vezes, me parece ter preço. Não devia... também estou aqui a me perguntar " por que" ?

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  3. Uma coisa que não concordo é com o «mais fácil»! Quem disse que seria melhor se fosse mais fácil? Pese os momentos fáceis (isso se você se lembrar de muitos) e pese os momentos difíceis! Veja onde cresceu mais, onde sorriu mais, onde chorou mais. Acho que os momentos fáceis passam a existir apenas em fotografias. Os difíceis servem de calçada pra gente andar pra frente! Olhando pra trás veremos que formou nosso caminho!

    Wal, saudade existe pra gente sentir. Saudade é coisa que nós, brasileiros, inventamos para mostrar o tamanho da importância de algo ou alguém. Pois só nós realmente sentimos saudades. Nos resto do mundo o povo sente falta. Pode parecer a mesma coisa no papel, mas não é a mesma coisa no peito!

    E só pra terminar (meu comentário pode ficar maior que seu post): contratos não garantem sorrisos e felicidade. É «mais melhor de bom» quando existe o risco! Acho que a falta de compromisso acaba sendo um compromisso... Vai entender...

    Beijo grande

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  4. Só mais uma coisa, algo que sempre comentei com o Felipe.

    « No fim das contas o que mais vale são as história que teremos para contar »

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Aqui é onde você joga na minha cara.