segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Teoria da Constipação




Odiosa e maculada
Eis a mais intrigante pena
De nossa existência carnal:

A gripe.

Converte as convencionais narinas
Em fabulosas arquiteturas mucosas
Cheias de secretas e detestáveis
Secreções


Que vão e vem
No balanço da respiração fadigada
E perpendiculam na ponta do nariz
Até o momento em que são puxadas
Com voracidade
Para dentro do crânio esmagado.

Entre fungadas que possuem o tom
Sol-sustenido-com-sétima-diminuta

Há uma pitada de raiva e desespero
Na comunicação nasalada.
A noite chega e todos os póros do corpo
Contorcem-se.


O pé bica a quina da parede
Mas descobre-se que, mesmo assim
A intrusa ainda parasita entre as entranhas.

É hora então de chorar
Aos pés do cobertor quente
E implorar incessantemente aos céus
Que a porra da constante e persistente gripe
Cesse.





Walerie Gondim

2 comentários:

  1. Bem,como comentei no seu fotolog... jamais vi alguém,descrever tão bem e com tão 'belas' palavras , uma consipação, que sempre é incômoda e chata. rs.Somente você para fazer isso. Talento é talento, né!?
    Adorei. ;]

    Beijão araruamanauara(que confusão,rs)!!
    Vc é manauara,né?

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  2. Ainda bem que sou eu jogando na sua cara, afinal, fosse o contrário, eu pegaria a odiosa.

    NÃO MORRA DE GRIPE SUÍNA, OU VOCÊ PODE VIRAR
    UM ESPÍRITO DE PORCO!

    abraços simpáticos de pedra

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Aqui é onde você joga na minha cara.