quarta-feira, 29 de julho de 2009

de mínima em mínima, o compasso enche a partitura.

Cresci ouvindo meus pais fazendo música. Felizes.
Minha primeira influência direta, fato.

Quando eu ia carregada às serestas dos coroas, criança, achava um saco. Ficava por ali brincando, roubando comida de vez em quando, ou com a mão no queixo, entediada. Mas eu sempre parava quando eles abriam o livrão e começavam com "Andança", "Boemia", "Carinhoso". Meu pai conversando com o violão, cantando seu baixo profundo que contrastava com minha sopraníssima mãe. Eu prestava atenção e vidrava. Eu amava cada movimento deles e adorava ver aqueles sorrisos à volta. Cantarolava baixo as músicas antigas (preciosas, como eu vim entender mais tarde), que eu já sabia de cor e salteado.

Da mesma forma, eles estavam desse jeito, cantando, juntos, na seresta, na missa ou no sofá de casa. E por quantas vezes já me fizeram marejar os olhos de emoção.

Hoje eu sei compartilhar essa felicidade, porque eu entendo e sinto.
É tão bom viver o céu dentro de casa!

(Super providencialmente, hoje é aniversário dele: parabéns pela vida, pai!)

Agora eu sei do que eu vou sentir mais falta quando eu me mudar: de uma segunda-feira à noite qualquer, preguiçosa, embalada pelos meus anjos; dessa felicidade gratuita, cúmplice e que não necessita explicações.



5 comentários:

  1. Esses são seus pais?
    A semente nunca cai longe do pé.

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  2. Hi Valerie,
    Thanks for stopping by..........
    and yes, I so agree with you about how God speaks to us in the simple places and nature is
    one of my greatest inspirations as it makes me
    sense God's presence.
    I wish I could say I enjoyed your blog, but I only know a few words in Spanish so couldn't really read it well. Makes me wish I knew more!!
    It is nice to meet you and hope you drop by
    again soon.
    Blessings, Nellie

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  3. o pior é a saudade, pode acreditar.. rs
    perder umas coisas pra ganhar outras, a cruel lei das compensações...

    beijos, vi seus pais hoje aqui na minha rua .
    a propósito, estou aqui pertinho de você, balança os cabelos que eu te puxo aqui pra casa !

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  4. Já sinto saudades.
    Já te amo!

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  5. Que infância mágica...
    Nada como voz e violão.
    Se dos pais então?
    Nem posso imaginar!

    Sim, é muito bom
    viver o céu dentro de casa...

    Lindo texto.
    Um beijo
    e obrigada por seguir o doce de lira!

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Aqui é onde você joga na minha cara.